Coutinho assina acordo de cooperação com demais países do Brics
"A agenda dos Brics não se define por oposição a nenhum outro grupo. Queremos agregar", disse. "Somos a favor de um mundo multipolar, sem hegemonias nem zonas de influência", acrescentou.
Ontem, os países buscaram consenso em alguns temas de interesse comum e defenderam reforma no sistema monetário internacional "com reservas internacionais de ampla base", alusão às propostas de diversificar a dependência do dólar como moeda de referência.
O documento faz menção ao apoio dos países à atual discussão sobre a composição da cesta de moedas do Fundo Monetário Internacional (FMI). Não houve, no entanto, menção à proposta especifica de incluir o iuane nesse sistema de reservas do fundo Direito Especial de Saque (SDR, na sigla em inglês).
Entre os planos de ação, previstos pelo comunicado conjunto, está uma maior cooperação entre os bancos de desenvolvimento de cada país para fomentar investimentos. Dessa cooperação, já surgiu proposta, acatada pelos cinco países, de desenvolver um mecanismo de concessão de crédito cruzado em moeda local.
Após a declaração dos líderes, o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, disse que esse mecanismo de financiamento em moeda local teria como objetivo principal estimular e facilitar investimentos no grupo.
Ainda ontem, Coutinho assinou Acordo para Cooperações Financeiras com os presidentes dos bancos de desenvolvimento da China, Índia, Rússia e África do Sul. Na ocasião, também foi firmado um protocolo de acesso que formalizará a adesão do banco de desenvolvimento da África do Sul ao grupo.
O acordo de cooperação terá prazo de vigência de cinco anos e prevê o fortalecimento da cooperação financeira entre as instituições signatárias e o desenvolvimento do relacionamento econômico e comercial entre os países dos Brics.
Para dar andamento ao processo, será formado um grupo de estudos integrado por representantes das cinco instituições - BNDES, China Development Bank (CDB), Bank for Development and Foreign Economic Affairs (Rússia), Export-Import Bank of India (Índia) e Development Bank of Southern Africa.
O objetivo é propor, em 2012, a criação de instrumentos que permitam a efetiva atuação conjunta das instituições e mecanismos que facilitem o apoio a projetos de interesse comum.
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