sexta-feira, 29 de outubro de 2010

ANP: novo poço pode ter mais petróleo que toda reserva do País




A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) confirmou nesta sexta-feira que o volume recuperável de petróleo na reserva pré-sal de Libra pode variar entre 3,7 bilhões e 15 bilhões de barris, sendo a estimativa mais provável de 7,9 bilhões de barris, de acordo com avaliação da certificadora Gaffney, Cline & Associates. "É importante destacar que somente este prospecto de Libra pode vir a ter um volume de óleo recuperável superior às atuais reservas provadas brasileiras, próximas de 14 bilhões de barris de petróleo", afirmou a ANP em nota.
O poço situa-se a 183 km da costa do Rio de Janeiro, em lâmina de água de 1.964 m. No caso de se confirmar a faixa mais alta da estimativa, Libra pode se configurar como a maior descoberta de petróleo no mundo desde 2000, quando o Cazaquistão identificou 17,2 bilhões de barris na área de Kashagan.
A reserva também superaria a área de Tupi, a principal no Brasil já descoberta, com reservas recuperáveis estimadas entre 5 e 8 bilhões de barris de óleo equivalente.
"É importante destacar que somente este prospecto de Libra pode vir a ter um volume de óleo recuperável superior às atuais reservas provadas brasileiras, próximas de 14 bilhões de barris de petróleo", afirmou a agência, em comunicado.
Libra é uma área da União não-licitada e deverá integrar o primeiro leilão de reservas do pré-sal a ser realizado pelo governo, talvez em 2011, dentro do novo marco regulatório, que ainda precisa ser aprovado pelo Congresso. A área não está incluída na cessão onerosa, como foi chamado o repasse pela União de reservas de petróleo à Petrobras em uma troca indireta por ações da companhia.
No entanto, a Petrobras, segundo o modelo no novo marco regulatório, seria a operadora única do pré-sal e teria participação mínima de 30% em todas as áreas que vierem a ser licitadas no futuro. De acordo com a ANP, até o momento, a profundidade atingida no poço em Libra é de 5.410 m, com 22 m perfurados no pré-sal. A profundidade final prevista, de cerca de 6.500 m, é estimada para ser alcançada no início de dezembro. Antes da eleição
O anúncio da ANP, feito dois dias antes do segundo turno das eleições, não surpreendeu alguns integrantes do mercado, que trabalhavam com um número para Libra semelhante ao cenário mais provável citado pela agência (7,9 bilhões de barris), como o próprio governo havia comentado anteriormente.

Mas o fato de a agência divulgar oficialmente uma estimativa foi considerado positivo, pois pode dar mais transparência para um eventual leilão no futuro.
"Nenhum bloco poderia ir para licitação sem ter anunciado o volume potencial desse bloco... Então acho que fica mais claro para o investidor o que ele está comprando", afirmou o analista da SLW Corretora Erick Scott, ponderando que a estimativa da ANP traz um intervalo muito largo.
Mesmo assim, ele considerou positivo o anúncio. "É diferente participar (de um leilão) e arrematar por um valor sem saber se vai achar petróleo. Agora não, pode participar sabendo que lá pode ter até 15 bilhões de reservas", acrescentou.
Para Scott, um leilão de Libra, mesmo que a Petrobras tenha 30% do bloco, como indica o projeto do novo marco regulatório, poderia atrair investidores e atingir patamares bilionários.
O analista Nick Chamie, do RBC Capital Markets, destaca que a sequência de descobertas de grandes reservas no Brasil funcionará como um catalisador positivo para o crescimento econômico do País, com a atração de investimentos.
"O crescimento vai seguir acima do potencial de 4,5% nos próximos 5 anos, levando a forte investimento, grande fluxo de capital e firme ciclo produtivo para meados da década", afirmou em nota o RBC, fazendo a ressalva, no entanto, que esta conjuntura continuará a estimular um fortalecimento do real. Pré-sal
As reservas da camada geológica do pré-sal estão entre as maiores do mundo. O governo estima que os blocos na região podem conter entre 50 bilhões e 80 bilhões de barris, ou seja, cinco vezes as atuais reservas comprovadas do País. O maior campo identificado até então era o de Tupi, onde a Petrobras calcula que possa recuperar entre 5 bilhões e 8 bilhões de barris de petróleo e gás natural.
O poço de Franco possui um volume de petróleo recuperável de 4,5 bilhões de barris. Iara, de propriedade da Petrobras, abriga reservas de entre 3 bilhões e 4 bilhões de barris. Guará deve ter volume de óleo recuperável na faixa de 1,1 bilhão a 2 bilhões de barris de petróleo leve e Parque das Baleias, entre 1,5 bilhão a 2,5 bilhões.
Com informações da Reuters.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

UE critica apoio do BNDES às exportações (Postado por Erick Oliveira)

Os europeus atacam as políticas de apoio do BNDES às exportações. Eles alertam ainda que o pacote de incentivos que está sendo criado pelo governo, com o Eximbank e outros mecanismos, já está sendo classificado em Bruxelas como medidas com 'potencial de distorcer o comércio'. Um dos impactos poderia ser o de desacelerar o crescimento das importações no Brasil.
O principal alvo das críticas é o plano que começou a ser desenhado no Brasil para criar uma nova estrutura de incentivos às exportações. Citando os 40 bilhões que poderiam ser usados, a União Europeia explica de forma detalhada o plano brasileiro.
'Um pacote de estímulo está sendo planejado para incrementar as exportações do Brasil. Isso incluiria a criação de uma subsidiária do BNDES; de um Eximbank, que financiaria e garantiria exportações; manutenção de isenções fiscais para empresas preponderantemente exportadoras; um sistema integrado de drawback para comprar insumos sem taxas e um procedimento simplificado para pequenas e médias empresas', aponta a UE.
Bruxelas lembra que os detalhes do pacote foram revelados em maio deste ano com ainda a criação da Empresa Brasileira de Seguros (EBS), com R$ 17 bilhões. 'O pacote também acelera o refinanciamento de créditos fiscais para empresas exportadores', explica.
O documento europeu ainda explica que empresas com atividades exportadoras terão outros benefícios, insinuando a distorção do comércio, e ainda aponta que, em novembro, tarifas de importação de autopeças compradas no exterior subirão de 9% e 11% para 14% e 18%.
A UE chega a comparar as medidas adotadas pelo Brasil às da China. 'Apenas de não poder classificar diretamente essas iniciativas como distorcidas ao comércio (apesar de sua especificidade possa levantar preocupações relacionadas à concorrência) alguns elementos dos pacotes recentemente adotados por China e Brasil sugerem um impacto mais direto', afirma o documento.
'Em particular, o pacote de estímulo a exportação do Brasil, apesar de ser direcionado em aumentar o desempenho exportador de empresas locais, inclui medidas para frear as importações, principalmente a remoção de incentivos tarifários para a importação de autopeças destinada a produção doméstica', alertou o documento.
BNDES. O Estado havia revelado que a Comissão Europeia, assim como os Estados Unidos, estavam de olho no uso do BNDES para a promoção das exportações brasileiras. Agora, o relatório oficial da UE confirma que Bruxelas mantém suspeitas sobre o uso de créditos públicos e inclui as práticas do BNDES como políticas que os podem prejudicar concorrentes.
Pelas regras da OMC, exportações de bens industriais têm seus subsídios altamente fiscalizados. Tanto a UE como os EUA já deram indicações ao Brasil de que estão de olho. O governo sempre diz que o BNDES não é um mecanismo de distribuição de subsídios proibidos.
Há dez anos, o Canadá conseguiu a condenação do BNDES na disputa envolvendo exportações de aviões. A própria OMC, dois anos atrás, alertou para os benefícios criados pelo banco aos exportadores.
O aspecto questionado pela UE seria a redução dos juros em financiamentos de exportação de bens de capital dentro do marco do Proex. A UE classifica como 'potencialmente distorcida' a medida de 6 de setembro, quando o banco elevou os fundos para financiar exportações de pequenas e médias empresas com juros mais baixos.
CRÍTICAS EUROPEIAS
Eximbank
O programa do governo brasileiro, anunciado este ano, é um dos criticados pelo relatório da União Europeia por financiar e garantir as exportações, além de manter isenções fiscais para empresas preponderantemente exportadoras
EBS
A criação da Empresa Brasileira de Seguros, também citada, aceleraria o refinanciamento de créditos fiscais para empresas exportadoras
Outros incentivos
O documento cita ainda que empresas com atividades exportadoras terão outros benefícios, insinuando a distorção do comércio e comparando as medidas às adotadas pela China.

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Países árabes pedem que EUA investiguem denúncias feitas por Wikileaks


Plantão | Publicada em 25/10/2010 às 10h49m
BBC Wikileaks sugere que EUA ignoram denúncias de abusos no Iraque

O Conselho de Cooperação do Golfo Pérsico, grupo que inclui seis países árabes, pediu aos Estados Unidos que investiguem detalhes de supostos abusos que teriam sido cometidos contra os direitos humanos no Iraque veiculados no site especializado em vazamento de informações Wikileaks.
Os documentos do site sugerem que as Forças Armadas americanas ignoraram casos de tortura praticada pelas tropas iraquianas, além de se omitir de "centenas" de mortos de civis em postos de controle.
Em um comunicado, o secretário-geral do grupo, Abdulrahman al-Attiyah, disse que os EUA são responsáveis pelas supostas torturas e assassinatos.
O conselho é formado pela Arábia Saudita, Kuwait, Oman, Catar, Bahrein e Emirados Árabes.
O Pentágono disse que não tem intenção de reinvestigar os abusos.
O material divulgado pelo Wikileaks - considerado o maior vazamento de documentos secretos da história - comprova que os Estados Unidos mantiveram registros de mortes de civis, embora já tenham negado esta prática.
Ao todo, foram divulgados registros de 109 mil mortes, das quais 66.081 teriam sido civis.
No fim de semana, o primeiro-ministro iraquiano, Nouri al-Maliki, acusou o site de tentar sabotar suas chances de reeleição e criticou o que chamou de "interesses políticos por trás da campanha midiática que tenta usar os documentos contra líderes nacionais".
Maliki, representante da etnia xiita, tenta se manter no poder depois das eleições parlamentares ocorridas em março, no qual nenhum partido obteve maioria. As negociações entre as diversas facções para formar uma coalizão prosseguem.
Seus oponentes sunitas dizem que os papeis divulgados pelo Wikileaks destacam a necessidade de estabelecer um governo de coalizão, em vez de concentrar todo o poder nas mãos de al-Maliki.
Tortura
Muitos dos 391.831 relatórios Sigact (abreviação de significant actions, ou ações significativas, em inglês) do Exército americano aparentemente descrevem episódios de tortura de presos iraquianos por autoridades do Iraque.
Em alguns deles, teriam sido usados choques elétricos e furadeiras. Também há relatos de execuções sumárias.
Os documentos indicam que autoridades americanas sabiam que estas práticas vinham acontecendo, mas preferiram não investigar os casos.
O porta-voz do Pentágono Geoff Morrell disse à BBC que, caso abusos de tropas iraquianas fossem testemunhados ou relatados aos americanos, os militares eram instruídos a informar seus comandantes.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

BNDES aprova R$ 400 mi para reforma do Maracanã (Postado por Erick Oliveira)

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou hoje financiamento de R$ 400 milhões para as obras de reforma do estádio do Maracanã, no Rio, para a Copa de 2014. Segundo o diretor da área social do BNDES, Élvio Gaspar, a obra está prevista para terminar em dezembro de 2012 e o custo total ultrapassa R$ 700 milhões.
O financiamento para o Maracanã atingiu o teto estabelecido para as operações da linha especial para reforma e construção de estádios do BNDES. Até agora o banco já aprovou crédito para projetos de Salvador, Manaus, Cuiabá e Fortaleza. O projeto de Pernambuco ainda está em análise pelo banco. Distrito Federal e Belo Horizonte estão em fase de licitação de seus projetos, e Natal fará a licitação em novembro. Os estádios que deverão construir ou reformar a arena privada ainda não formalizaram consulta ao BNDES. As cidades são São Paulo, Curitiba e Porto Alegre.